O período de seca e queimadas que o Brasil enfrenta está desenhando um cenário desafiador para a economia. A produção de alimentos, um dos pilares da economia brasileira, está sendo duramente atingida, com impactos diretos na inflação e no bolso do consumidor.
A redução na oferta de alimentos como carne bovina, cana-de-açúcar e frutas, combinada com o aumento dos custos de produção, está pressionando os preços e elevando a inflação dos alimentos em cerca de 5% em 2024.
A pecuária, por exemplo, sofre com a diminuição da disponibilidade de pastagens, o que retarda a engorda dos animais e reduz a oferta de carne no mercado. A produção de cana-de-açúcar, especialmente em São Paulo, também está sendo duramente atingida, com projeções de impactos mais severos no início do próximo ano.
Apesar do cenário adverso, há uma expectativa de que o aumento na moagem de cana, motivado pela necessidade de produção de etanol, possa conter a alta nos preços desse combustível. No entanto, os desafios para o setor agrícola e para a economia como um todo persistem, exigindo medidas e políticas públicas eficazes para mitigar os impactos da crise hídrica e dos incêndios.
Geralmente, o período mais crítico de queimadas ocorre entre os meses de agosto e setembro, quando as temperaturas são mais elevadas e a umidade do ar é menor, favorecendo a propagação do fogo. No entanto, nos últimos anos, temos observado um aumento na frequência e intensidade das queimadas, com incêndios ocorrendo em diferentes épocas do ano e em regiões antes consideradas menos propensas.