Igor Francisco
A alternativa garante mais economia e flexibilidade para redes de supermercados e também para outras empresas
A pandemia do coronavírus trouxe algumas mudanças para a sociedade em geral, e no varejo supermercadista isso não foi diferente. A necessidade de não sair de casa para ir a supermercados levou pontos de lojas para mais perto dos consumidores, criando lojas em condomínios fechados, prédios e outras regiões mais próximas das residências, o que evitou filas em muitos supermercados e também a tão temida aglomeração que não podia acontecer no período.
Nesse sentido, é inegável: as lojas containers ganharam destaque, e isso aconteceu principalmente por causa de suas vantagens, como o fato de que elas podem ser transportadas em um caminhão, caso o ponto comercial não esteja registrando o retorno esperado. E tal flexibilidade, aliada a um custo mais baixo para construção, com certeza faz com que as lojas de container permaneçam em um Brasil pós-pandêmico, ganhando espaço na estratégia do varejo brasileiro.
Em linhas gerais, o principal atrativo dessa modalidade de construção é o baixo valor de investimento que precisa ser desembolsado inicialmente, o que transforma as lojas containers em uma ótima opção de custo e benefício para aqueles empresários que estão começando sua jornada no mundo dos negócios ou até mesmo para grandes redes que pensam em criar novos pontos rapidamente, mas sem a grandiosidade de um supermercado convencional.
Outro ponto positivo dos containers é que não é apenas o investimento inicial que é mais baixo, os custos de instalação e manutenção são menores do que as de unidades físicas completas. Um container pode ser instalado rapidamente em pontos estratégicos que não poderiam ser usados por outros modelos, como estradas movimentadas, ou condomínios fechados.
“Apostar em lojas de container é muito estratégico para os negócios, principalmente por causa da flexibilidade de mudança e também dos baixos custos, por exemplo, para climatizar um ambiente assim”, explica Armando Nogueira Tinoco, diretor executivo da Rede Unishop, especialista que tem se aprofundado na implementação de lojas containers.
Um outro ponto positivo, segundo Tinoco, é que uma loja container ocupa menos espaço e pode garantir mais vagas de estacionamento para uma rede de supermercados, ou até mesmo um ponto melhor de esquina, que são sempre muito procurados para a instalação de comércios. Atualmente, a Rede Unishop conta com uma loja container instalada e mais duas em projeto de instalação.
Além dos pontos citados acima, a sustentabilidade também é uma questão forte deste novo modelo, como explica a diretora de marketing da rede de supermercados Enxuto, no estado de São Paulo, Doane Christina Moda: “Para construir as nossas lojas do Enxuto Aqui, que são feitas em containers, reaproveitamos uma construção já existente e gastamos menos material, o que facilita o processo. Atualmente, conseguimos implementar uma loja do modelo container muito mais rápido do que uma convencional, o que também economiza recursos”, destaca Moda.
A executiva ainda explica que, com uma formatação diferenciada, as lojas container permitem entregar mais de mil produtos para os clientes da rede, que já conta com 18 lojas feitas em container, inclusive porque elas também têm área de backstage, o que viabiliza a produção de pães e tapiocas que são feitos na hora e com muito carinho para os clientes das lojas Enxuto, explica.
Conhecidas também como lojas modulares, os negócios em containers são herança da pandemia não só por “ir” aos locais frequentados pelo consumidor no seu dia a dia, mas também por retratar a agilidade que o varejo ganhou com a transformação digital. “O varejo ficou mais ágil, e a loja dentro do container é um modelo que tem a ver com essa agilidade”, reforça Tinoco.
No mais, vale ressaltar que os clientes também demonstram satisfação com as instalações em containers. Tanto a rede Enxuto como a Unishop destacaram que o público tende a achar os ambientes mais modernos, até mesmo porque é mais fácil deixá-los mais aconchegantes e atrativos quando o custo dessas implementações é reduzido.
Em tempo, os especialistas destacam que, no varejo digital, se o negócio não vai bem, rapidamente é alterado. Já na loja física tradicional, essa mudança é mais custosa e trabalhosa: envolve grandes investimentos e contratos de locação por períodos longos, por exemplo. Entretanto, se algo der errado na loja modular em container, como o mercado não se tornar promissor como se imaginava, é só mudar rapidamente de lugar e colocá-la em outra praça. Dessa maneira, o investimento na estrutura física não fica comprometido.