Tendências vêm e vão frequentemente em todos os setores, mas, algumas tendem a se tornar permanentes e apenas crescem no nosso dia a dia. Se tornar sustentável hoje, é essencial.
A mudança de hábito tem se tornado cada vez mais frequente, fazendo com que pessoas e empresas busquem por alternativas mais sustentáveis. As pessoas passaram a pensar de forma mais consciente e começaram a se importar com o impacto que suas ações trazem para o mundo. Diante disso, a conscientização do consumo tem ganhado grande destaque nas discussões mundiais.
Na 26ª Conferência do Clima da ONU, a COP 26 que ocorre de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasglow. A Associação Paulista de Supermercados (APAS), apresentou o case ambiental que quantifica as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) evitadas anualmente com a legislação que proíbe a entrega gratuita de sacolas plásticas nos supermercados da cidade de são Paulo.
Para as empresas que querem garantir sua sobrevivência, devem apoiar seu desempenho em três dimensões: econômica, social e ambiental, conceito conhecido como triple bottom line (linha tríplice de resultados), mas o termo usado por aqui ajuda a entender melhor a proposta: Tripé da Sustentabilidade.
Pode-se dizer que a adoção do conceito de triple bottom line, em si, representa a incorporação dos princípios do desenvolvimento sustentável pela gestão empresarial. Dessa maneira, a empresa sintetiza seus propósitos e ações aos mecanismos de resposta social em relação a todos os interessados em seus negócios sendo: clientes, parceiros, acionistas, governos, comunidades locais; agregando valor econômico a valores sociais e ambientais para os quais esta organização contribui ou ajuda a destruir, conforme sua ética.
O tripé da sustentabilidade é usado como uma ferramenta que mede o desempenho da organização e os compara com os quesitos econômicos, ambientais e sociais. De modo geral, este termo é empregado para estabelecer valores e processos que as empresas devem adquirir com o intuito de reduzir os impactos causados nas três esferas: social, ambiental e econômica.
O que é um eco-friendly
Ser amigo do meio ambiente é seguir um caminho permeado por escolhas socioambientais mais harmoniosas.
Eco-friendly é um termo em inglês cuja tradução significa “amigável ao meio ambiente”. Em outros termos, se refere a algo que não causa danos socioambientais ou tem impactos reduzidos em comparação a um produto, evento, situação ou postura equivalente. No Brasil, esse conceito também está presente nos termos “ecológico”, “sustentável”, “consumo consciente”, “verde”, entre outros.
A escolha por uma atuação no mundo de modo eco-friendly, com suas limitações, é uma postura que pode ser adotada tanto por empresas privadas, governos e organizações quanto por pessoas, em várias situações.
Diante de todo esse cenário o conceito de eco-friendly ganhou mais visibilidade. O setor de supermercados é expressivo em termos econômicos, ambientais e sociais. No entanto, sua contribuição para a promoção da sustentabilidade segue como um desafio para esse segmento. Há um crescimento das empresas que acreditam na importância de adotar práticas sustentáveis, um passo ainda tímido, que condiz com o crescimento da conscientização da sociedade civil. Além disso, é resultado da pressão cada vez maior por soluções que viabilizem um consumo com menos impacto.
Consumo consciente: porque sua marca precisa ser mais eco-friendly
O consumo consciente provou ser uma mudança necessária no mundo de hoje. Para garantir um mundo mais sustentável, e uma cartela de clientes fiéis, é necessário que as marcas se adequem ao eco-friendly.
As prateleiras verdes dos supermercados, as abas sustentáveis dos sites de vendas. O consumo consciente com a busca por produtos que gerem menor impacto no meio ambiente tem se tornado o grande filão na economia do século XXI. E quem ainda não abriu o olho para isso pode ficar muito atrasado.
A postura crítica dos consumidores já é uma realidade. Não é incomum, por exemplo, o abandono do carrinho por não encontrar produtos sustentáveis. Ou, então, a decisão por substituir o local onde faz compras por outros com sortimento que gera menor impacto. Com isso, os supermercadistas precisam ter consciência de sua responsabilidade sócio ambiental.
Nos supermercados, ficou clara a oportunidade de transformação e redução no desperdício de alimentos, assim como os desafios para isso se tornar uma realidade. Um deles, extremamente relevante, é o fato de que os varejistas são apenas um dos atores de um ecossistema complexo, que inclui empresas de outros segmentos, o poder público e a sociedade civil como um todo. A responsabilidade é compartilhada e a solução precisa ser construída em rede.
Porém, também é inegável que, dia após dia, o movimento em direção a um mundo mais vivo ganha força, tração, velocidade e mais adeptos.
Historicamente, supermercados vivenciam, diariamente, um cenário de grande desperdício, em especial de alimentos, cuja validade é mais breve do que outros produtos. E, em decorrência disso, a prática passou a ser vista como um ônus indissociável da operação.
Para contextualizar, o desperdício de alimentos em supermercados, não deve ser encarado como “parte do negócio”. Existem donos de supermercados, ao invés de buscarem alternativas como a doação, preferem omitir o volume que jogam fora. Isso porque ficam receosos quanto ao impacto negativo para a marca a e opinião pública. O que muitos não enxergam, porém, é a oportunidade inversa de melhorar sua reputação, através da divulgação de atitudes conscientes e práticas sustentáveis.
Ainda sobre o assunto de desperdícios, a “estética dos alimentos”. Muitos supermercados estabelecem critérios mínimos em relação ao tamanho, o formato e à aparência de frutas e verduras. Essa questão contribui significativamente para o problema do desperdício, além de gerar prejuízos ao longo de toda a cadeia – produtor, distribuidor e lojista.
A pressão estética também envolve os consumidores, que tem o desejo de adquirir produtos com ótima aparência e que tragam mais praticidade para o seu dia a dia. Exemplo: a preferência de descascar uma batata grande, ao invés de duas pequenas ou a cenoura com duas pernas. No fim das contas, essa rejeição do alimento na gôndola contribui diretamente para o descarte de um alimento em perfeitas condições de consumo.
Temos que parar de avaliar os alimentos pelo viés estético. O desafio é implementar a lógica dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e evitar que o resíduo seja gerado como ponto de partida.
Aposte em fornecedores comprometidos com o meio ambiente. Empresas comprometidas com a preservação do meio ambiente, inclusive em seus processos de fabricação, ganham cada vez mais espaço na preferência dos consumidores. Por isso, aposte na comercialização de produtos de negócios com estratégias de sustentabilidade estabelecidas por toda cadeia produtiva, desde a origem até o destino final das embalagens. Desta forma, a sua loja colabora para a diminuição de resíduos na natureza e melhora a imagem diante de consumidores e fornecedores.
A sustentabilidade que vende e o Greenwashing que afasta
O interesse do consumidor por produtos com uma pegada mais sustentável fez com que o mercado, atento às mudanças, tomasse duas atitudes diferentes: a primeira, de criar processos sustentáveis e criativos, em que a forma de produção inovadora gerasse um impacto menor para o meio ambiente.
A segunda de investir somente em discursos meramente marketeiros que, em verdade, nada realizam de avanço para a sustentabilidade. Esta segunda atitude é identificada com o termo greenwashing.
O greenwashing, sendo a hipocrisia do discurso ecológico apenas para manipular e conseguir vendas, acaba gerando reações perigosas, pois pode desbancar, algumas vezes o trabalho sério realizado por marcas que realmente se engajam em trabalhar com mais ética ambiental.
Ou seja, ainda se fala muito e pouco se faz para conter os impactos ambientais gerados nas diversas produções.
Por isso, órgãos de controle e o consumidor devem estar atentos à prática. Muito se aproveita ainda da falta de conhecimento a respeito deste assunto.
Fique atento para as marcas que fazem “marketing verde”. Marcas que se dizem eco-friendly e não são, se expõem a um risco grande.
Como se adequar à tendência eco-friendly? Mais importante que dizer, é fazer, de fato. E mais importante que fazer de fato, é ser. Ser, fazer e dizer: nesta ordem.
Qual a importância de ser um supermercado sustentável?
Hábito sustentável já não é mais uma tendência. Cada vez mais consumidores estão aderindo a essas práticas e cobrando compromisso por parte das empresas.
Vamos entender quais os benefícios de investir em um supermercado sustentável.
- Gera vantagem competitiva:
Preço, promoção, atendimento de qualidade são ótimos meios de atrair clientes e competir com a concorrência. Entretanto, é algo que muitos supermercados já fazem, por isso eu lhe pergunto: por que não investir em algo diferente?
Temos que nos preocupar com os consumidores que estão mudando, sendo eles: clientes já estão mudando suas práticas de consumo visando reduzir os impactos ambientais, clientes praticam hábitos saudáveis, pagariam mais caro em produtos sustentáveis e os clientes que estão na buscam de produtos e não acham nas lojas.
- Beneficia os consumidores:
Os varejistas devem acompanhar as inovações, tendências e mudanças que estão acontecendo, isso mostra aos consumidores que seus hábitos são observados e assim conseguem oferecem a melhor experiência em sua loja.
- Supermercado sustentável ajuda o meio ambiente e economiza dinheiro:
Todos sabem que há perdas em dinheiro em alimentos nos supermercados brasileiros. São eles: frutas, verduras, legumes e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue.
Além do desperdício, outro problema são as embalagens de plástico. Visto que, elas estão inundando os oceanos e tornando eles um local perigoso para os animais, destruindo assim, toda cadeia ambiental. Portanto, não pense que sua empresa não faz parte disso. Vamos enumerar rapidamente alguns pontos, uso da água, desperdício de alimentos e energia, sacolas plásticas, uso de copos plásticos, falta de coleta seletiva, são alguns itens que podem ser observados e melhorados no seu dia a dia. Assim aos poucos sua loja vai se destacando sustentavelmente.
- Prospecte parcerias:
Prospectar parcerias é uma ótima oportunidade de economizar. Afinal, com eles você pode investir em seu supermercado sem gastar muito. Vamos supor que sua empresa precisa urgente de lixeiras de coleta seletiva. No entanto, ao buscar parceria com algum fornecedor você pode negociar com ele alguma moeda de troca. Por exemplo, você pode fazer uma exposição maior da marca dele. Nada que um boa relação e habilidades de negociação não resolvam.
- Use energia limpa:
A conta de energia é o segundo maior gasto de um supermercado, atrás apenas da folha de pagamento. Investir em energia solar pode ser uma boa estratégia, porque além de reduzir os custos básicos do negócio, é uma energia limpa, ou seja, como a energia fotovoltaica é gerada exclusivamente a partir da luz solar, o impacto ambiental para sua geração é zero.
Devo apostar no E-commerce Verde?
Nos dias de hoje, as pessoas e as empresas são imediatistas. Neste cenário as empresas demandam por modelos de negócios e formas de gestão que tragam bons resultados sucessivamente, dessa maneira busca-se empregar modelos de negócios inovadores e formas de gestão efetivas, promovendo integração entre eles e utilização correta dos recursos disponíveis para que se tenha um bom resultado ao final do processo.
É nesta onda que surge o conceito de Loja Virtual Sustentável ou E-commerce Verde, com o intuito de promover um negócio com menor impacto ambiental, mas que, ao mesmo tempo, seja inovador, eficiente e com competitividade de mercado.
A crise econômica que o coronavírus gerou ainda terá desdobramentos. No entanto, em alguns casos se tornou terreno fértil para os supermercados e empresas em geral. As compras on-line foram expressivas e passaram a oferecer conforto e praticidade, como consequência o setor de logística e transporte teve seu crescimento.
Alinhado ao propósito de incentivar a economia circular e uma relação de prosperidade, o Veran Supermercados recebeu o Selo Frete CO2 Neutro, por assumir o compromisso de reduzir, quantificar e compensar as emissões de CO2 provenientes de suas entregas.
Sendo assim, a compensação de carbono das emissões das entregas dos produtos vendidos no Veran Supermercados é realizada através do Programa CO2 Neutro, coordenado pela ECCAPLAN Consultoria em Desenvolvimento Sustentável, que apoia financeiramente projetos ambientais e sociais.
O Selo Frete CO2 Neutro consiste em cinco principais ações:
- Cliente: realiza o pedido do produto no e-commerce;
- E-commerce: avalia o tipo de veículo e roteiro de coleta / entrega; envia estes dados a Eccaplan;
- Eccaplan: por meio do seu sistema, realiza a quantificação das emissões de gases de efeito estufa (GEE), com base em estudos desenvolvidos;
- Eccaplan: realiza a compensação das emissões de GEE, com o apoio financeiro
a projetos de reduções de emissões por desmatamento e degradação evitados (REDD) ou tecnologia limpa, na mesma proporção do impacto ambiental;
- Eccaplan: envia para o e-commerce o certificado de neutralização de carbono de cada entrega e o consolidado mensal.
Por último, mas não menos importante para uma loja virtual sustentável está a sua iniciativa (e dos demais colaboradores envolvidos), participarem ou desenvolverem ações sustentáveis! Sim, isso mesmo! Você pode conquistar um novo mercado apenas mostrando de onde vêm as matérias-primas dos produtos que você vende.
Ou então, por meio de ações do tipo: a cada produto comprado em nossa loja, uma porcentagem é investida no replantio de árvores ou doada a associações de preservação. Uma ótima estratégia para começar a fazer parte do E-commerce Verde!
Tenha em mente que o e-commerce é o supermercado na ponta do dedo do seu cliente!
Supermercados Sustentáveis
A criatividade e inovação dos brasileiros têm estimulado o setor de supermercados na área de sustentabilidade. O mais recente exemplo vem do Acre onde foi inaugurado o primeiro supermercado que aceita lixo reciclável como forma de pagamento. Isso mesmo, os moradores da região que levarem um quilo de material reciclável recebem R$ 0,50 para comprar comida no TrocTroc.
A loja aceita trocar garrafas PETs, latas de alumínio e lacres plásticos por qualquer um dos itens que compõem o sortimento do supermercado. Além disso, o consumidor que entregar o material limpo e preparado para a coleta recebe 20% a mais no valor disponível para compras na loja. Em outra esfera de atuação, os alimentos disponíveis na mercearia do TrocTroc, como frutas, grãos, legumes e verduras são produzidos localmente. Assim, a empresa valoriza os produtores locais e economiza com transporte de mercadorias.
Na mesma linha sustentável, a Rede Cooper (cooperativa), estimula os cooperados nessa questão que multiplicam a informação. Muitas vezes uma recompensa, é uma forma de garantir o hábito. Por isso, o programa Cooper Sustentável realiza diferentes ações e tem certeza do efeito positivo que está causando nas comunidades.
Diferentes ações são trabalhadas, de maneira constante ou esporádica, como foi com o Dia Sem Sacola para celebrar o Dia do Meio Ambiente. O programa Cooper Sustentável também mantém ações constantes que apresentam enormes resultados. Foi o caso da Campanha Bairro Limpo, que só em 2018 trocou 44 toneladas de materiais recicláveis por vales-compra, além de coletar e dar destinação correta a 44,6 mil litros de óleo de cozinha.
A coleta dos materiais recicláveis acontece uma vez por mês em oito filiais. O cooperado que participar da ação, após a pesagem da quantidade acumulada, recebe um bônus de compra na cooperativa.
Em algumas filiais também já existe a Estação de Reciclagem e a disponibilidade de caixas de papelão para serem usadas com as compras.
A cooperativa atua ainda junto à comunidade escolar, em que realiza palestras nas escolas ou leva crianças e adolescentes para as filiais, onde podem aprender sobre consumo consciente e reciclagem.
Ações internas fortalecem o apelo sustentável da Cooper. As novas unidades (ou as que passaram por reforma) já receberam elementos que asseguram a sustentabilidade dos recursos. Do sistema de coleta e reuso de água da chuva, ao maior aproveitamento da luz natural, passando pelo uso de lâmpadas de LED, expositores refrigerados verticais fechados que reduzem o consumo de energia e equipamentos de refrigeração que utilizam gases menos nocivos ao meio ambiente.
Há marcas brasileiras sustentáveis, para começar a Campo Largo que é uma empresa de bebidas saudáveis. Sua matéria-prima provém da agricultura familiar na Serra Gaúcha e o que não é aproveitado das frutas é utilizado como adubo.
Além disso, a marca tem parceria fechada com a EuReciclo, uma instituição que valida a compensação ambiental das embalagens colocadas no mercado.
Era uma vez, num passado não muito distante, o que identificava um supermercado competitivo era basicamente o preço de seus produtos. Em seguida, surgiu a qualidade, mas ainda focada nos produtos e serviços e hoje há a interligação entre clientes, fornecedores, colaboradores, governo e comunidade.
Conforme mudamos nossa forma de consumir, mais adquirimos um comportamento consciente. Esse é um ciclo vicioso: nós queremos algo sustentável e as empresas atendem isso. Com mais empresas eco-friendly, mais pessoas querem algo sustentável.
Se renovar é algo essencial para a vida, aproveite essa tendência e repense algumas atitudes, mude alguns hábitos, busque por produtos conscientes, e torne-se você também um amigo do meio ambiente, afinal, algumas tendências não podem ser apenas tendências não é mesmo?