Os jovens da cidade de São Paulo se veem trabalhando em empresas com contratos na modalidade de jovem aprendiz, mas tais oportunidades estão distantes da periferia paulistana diante do baixo acesso às vagas, falta de informação e conhecimento sobre programas de aprendizagem. Apesar de 60,4% de jovens de 15 a 24 anos terem interesse em ser jovem-aprendizes, apenas 1,5% nessa faixa etária trabalham e 5,1% já trabalharam a partir dessa modalidade de contratação. A conclusão é da pesquisa inédita “Percepções e expectativas do jovem-potência sobre a Lei da Aprendizagem”, do movimento Juventudes Potentes, iniciativa articulada pela United Way Brasil, realizada em parceria com a Lab & Tal Consultoria. O estudo ouviu 600 jovens entre 15 e 29 anos das regiões sul e leste da cidade de São Paulo.
O estudo revela que 74,2% dos respondentes consideram que o programa jovem aprendiz é um caminho para o primeiro emprego que pode interessar e atrair os jovens das periferias. No entanto, tais vagas não alcançam esses jovens. Por isso, 56,2% acreditam que as oportunidades poderiam surgir a partir da melhoria de divulgação das vagas; para 46,3% por meio de parcerias entre escolas e organizações formadoras; para 42,7% ampliando as vagas em empresas próximas das periferias; e para 30,7% se as empresas fizerem um processo seletivo menos exigente.
Para quase 1/3 dos jovens consultados, a falta de experiência e qualificação profissional é um obstáculo para o ingresso efetivo no mercado de trabalho. No caso das periferias, há um agravante: os jovens têm uma percepção de concorrência injusta com os demais, segundo 84,8% dos entrevistados. As vagas de jovem aprendiz poderiam ajudar a corrigir esse quadro, mas 25% dos entrevistados nunca souberam de oportunidades na categoria.